quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Contemplando o "Muro"

Desde que terminaram as obras de arranjo da envolvente deste belo exemplar arquitectónico (digno de um urbanismo que se quer de vanguarda, e que serviu para ilustrar o manual mais lido em muitas das autarquias portuguesas), que me interrogo dos motivos que levaram os 'iluminados' arquitectos a optar pela colocação de três bancos, de frente para um edifício, que esteticamente não tem beleza nenhuma: aquela cor de muro dá-lhe um aspecto um pouco sinistro, mas gostos não se discutem...
Andava eu entretido a tirar algumas fotos (para memória futura), quando vi pela primeira vez um destes bancos ocupados por uma jovem, acompanhada de uma criança. Pensei logo, pela hora, que era alguém interessado na compra de um dos muitos apartamentos que ainda estão para venda (aparentemente existem 5 moradores para um universo de 33 apartamentos - parece que 'a coisa tá preta') e que agora a imobiliária encarregada da venda destes apartamentos e lojas (de acabamentos mais do que deficientes) não consegue vender nada, nem mesmo à custa da vista privilegiada para o Estuário do Sado, que a maioria possui. Durante o fim de semana passado andaram por aqui a colocar painéis publicitários de venda, que contrastam com as nossas faixas negras, que continuam a denunciar que por aqui 'há gato escondido com o rabo de fora'.

Como era um momento histórico (para mim), desloquei-me para junto destas jovens, para lhes pedir autorização para usar a sua imagem nas fotografias que pretendia tirar. Não mostraram qualquer objecção e garanti-lhes que a sua face, caso aparecesse em alguma foto iria ser distorcida para preservar a sua identidade.
A sua simpatia levou-me a ser um pouco indiscreto e a perguntar-lhes qual o motivo porque se tinham sentado naquele banco. A resposta foi simples e directa, com um ligeiro sotaque brasileiro:
- Tamos contemplando o "Muro"!

2 comentários:

Morador disse...

Mais uma vez manifesto a minha pena, pena é realmente o que sinto ao ver tamanho anormal, anormal será uma ofensa para o maior dos incapacitados à face da terra...que mais uma vez prima pela ignorância e pela falta de uma ocupação util mais que não seja para ele próprio, ao proferir tamanhas mentiras e continuar a insestir numa guerra perdida, para prejuizo dele e de todos os moradores da região. Continuo a tentar entender tamanho deficiente mental que se julga defensor da verdade, do bom senso e da razão, este...ia dizer gente mas trata-se de um animal...os animais que perdoem, não têm culpa de nada, sim esta vergonha de um qualquer ser que se manifesta sem a minima decência de se mostrar, quando alguem brinca não só com o trabalho dos outros como a todo o custo tenta prejudicar quem na zona vive.Se tem tanta certeza das barbaridades que diz qual a razão para não se mostrar a quem sem verdade ou razão ataca?

Robin Setubal disse...

Certamente que iria ser difícil o diálogo!
Será que os animais têm linguagem? Por exemplo, quando uma abelha encontra uma fonte de alimento, retorna à colmeia e executa uma dança indicando precisamente o local do alimento. Isso é uma linguagem?
Ou será que acredita em fábulas, as historia onde os animais falam, tem sentimentos, andam como gente e diversas outras coisas humanas?