domingo, 21 de outubro de 2012

Regresso à normalidade

No dia 18-10-2008 começaram a vedar um terreno, onde iria nascer mais um novo mamarracho no nosso bairro.

Exactamente quatro anos depois (não pode ser coincidência), ou seja, na passada quinta-feira, foram retiradas todas as vedações e voltou a ser possível o acesso pedestre (de uma forma fácil e expedita) entre a Rua Bartolomeu Dias e as Avenidas Belo Horizonte e  D.Manuel I. O acesso tem mais qualidade, mas não desculpa a construção deste mamarracho com 73 fogos e várias lojas, que continua por acabar por manifestos problemas técnicos (leia-se falta de  dinheiro), aliados à quebra geral do mercado de venda de imóveis novos.
A partir de 24 de Setembro foi visível alguma movimentação no local, de equipas de limpeza do enorme matagal que rodeava esta construção votada ao abandono à mais de um ano, e que na altura foi associado à vergonha que representava este triste espectáculo, numa das vias mais movimentadas da Cidade de Setúbal.
Recordamos então, o que representa este voltar à normalidade:

  • Acesso da Rua Bartolomeu Dias à Avenida Belo Horizonte  
AntesDepoisDepois
  • Acesso da Rua Bartolomeu Dias à Avenida D.Manuel I
AntesAntesDepois
Toda a fachada virada a sul aparece agora com a face limpa de vegetação indesejável, e aparentemente foi a Câmara Municipal de Setúbal que assumiu o ajardinamento de toda esta área.

Para os que insistiram numa receita errada, não tendo aprendido nada com a construção do "Muro" da Vergonha, fica mais um triste monumento nesta Cidade de Setúbal, que irá sempre envergonhar todos os que directamente (ou indirectamente) estiveram ligados à sua viabilização e construção.

quinta-feira, 20 de setembro de 2012

Há uma linha que separa



Nunca escondemos, que na nossa modesta opinião, esta nova construção edificada pela Sociedade de Construção H.Hagen, foi um autêntico Atentado Urbanístico. Quando for proferida a sentença relativa à Audiência de Julgamento, que teve lugar hoje no TAF de Almada, logo veremos se a razão estava do nosso lado. 
Vamos continuar a andar por aqui, a produzir ruído (para que este assunto não caia no esquecimento) até que seja conhecido o veredicto. Para já está prevista a publicação de mais dois artigos para as próximas semanas, um já tem título: 'Contra natura' e o outro será uma animação ou vídeo com o titulo provisório: 'Na rota do sol'. 
Como estas coisas (sentenças judiciais) costumam demorar muito tempo, vamos utilizar o tempo livre para escrever os últimos artigos da série 'Quem quer ser milionário', brutalmente interrompido em 25-06-2008 na pergunta numero 11. Os artigos com estas perguntas irão ser publicados, somente depois de conhecida a sentença, para não criar factos paralelos à questão que nos move à já cerca de 5 anos.

terça-feira, 11 de setembro de 2012

KO técnico


Segundo noticia do Jornal de Negócios (citando o jornal Publico), desapareceu do mundo da construção a empresa Hagen.


Fundo liderado por Pedro Gonçalves fechou acordos na semana passada, diz o "Público".
O fundo Vallis, criado para a recuperação de empresas do sector de construção, fechou acordo com a MonteAdriano e a Hagen na semana passada, adianta a edição de hoje do "Público", que cita Pedro Gonçalves, presidente do fundo. A Vallis fica assim com três empresas, depois da aquisição da Edifer em Março.[...]

Esperamos que tal notícia não signifique um novo adiamento, na data para que está agendada a Audiência de Julgamento do processo 293/08.5BEALM (Abril 2008), que opõe um grupo de moradores contra o Município de Setúbal, Sociedade de Construções H.Hagen e Instituto da Habitação e da Reabilitação Urbana, a realizar no próximo dia 20 de Setembro pelas 09:30, no Tribunal Fiscal e Administrativo de Almada.

quinta-feira, 12 de julho de 2012

A verdade da mentira

Estamos habituados a aceitar que, o que é verdade hoje pode muito bem ser mentira amanhã. Isto é válido para o Futebol (demasiadas vezes), para a Política (muitas vezes) e para a Justiça (algumas vezes).
Quando a 11 de Junho de 2012 foi marcada a data da Audiência de Julgamento para o dia de hoje às 09:30, julgávamos nós que estaria a chegar ao fim, esta espécie de novela que tem ocupado maioritariamente este blogue desde finais de 2007.
Estávamos completamente enganados já que, aproveitando os mecanismos processuais, o IHRU - Instituto da Habitação e da Reabilitação Urbana, requereu o adiamento da audiência para depois das férias judiciais. Obviamente que os motivos foram válidos, já que o pedido foi deferido pela Juíza do processo.
Assim, a Audiência de Julgamento do processo 293/08.5BEALM (Abril 2008), que opõe um grupo de moradores contra o Município de Setúbal, Sociedade de Construções H.Hagen e Instituto da Habitação e da Reabilitação Urbana fica adiada para o próximo dia 20 de Setembro pelas 09:30, no Tribunal Fiscal e Administrativo de Almada.

domingo, 1 de abril de 2012

O regresso do Sheik

Apesar de tentar passar despercebido, tem sido visto com alguma regularidade por estas bandas, o nosso conhecido Sheik Al-Kuchete.
Para aqueles que não acompanham esta novela desde o início, ou para os mais distraídos, recordamos que este Sheik era (e pelos vistos aí é, depois da atribulada Primavera Árabe) um homem de confiança de alguns governantes árabes, que ficou rapidamente multi-milionário depois de ter descoberto petróleo no seu quintal. Na posse de tanto dinheiro, logo começou à procura de bons locais para investir.
O Sheik tinha regressado às Arábias em finais de 2008 depois de terminada a sua principal missão por estas bandas (espionagem industrial), levando informações vitais sobre uma construtora de sucesso que operava num pacato bairro de Setúbal.
Após ter saído num jornal local, uma imagem da sua chegada ao deserto da Fonte do Lavra no já longínquo dia 06 de Julho de 2008, conduzindo num Ferrari ultimo modelo (condizente com o seu estatuto) e acompanhado do seu guarda-costas pessoal, nunca mais conseguiu o tão desejado anonimato como a sua missão de espião o exigia.

Ao que conseguimos apurar, o Sheik Al-Kuchete, descobriu através da Internet que a construtora que ele tinha estado a observar secretamente na sua anterior estada, estava a passar por enormes dificuldades financeiras e que o acordo conseguido no final da primavera passada com 3 instituições bancárias não tinham produzido os efeitos desejados, tendo-se visto obrigada a vender ao desbarato a maior parte dos seus estaleiros em diversas zonas de Portugal, continuava a não ter capacidade financeira para terminar uma magnifica construção, precisamente no local onde alguém muito mal intencionado, lhe tinha tirado uma foto à sua chegada á Fonte do Lavra, foto essa que saiu no pasquim que referimos anteriormente.

Este magnífico edifício foi publicitado com pompa e circunstância numa Imobiliária de renome, mas a falta de recursos financeiros das famílias portuguesas levou a que não se tenha conseguido vender um único apartamento, apesar dos preços serem convidativos e da soberba vista, sobre o Estuário do Sado e da Serra da Arrábida.

Se calhar a imagem que aparecia na revista da Imobiliária não era a que mais favorecia esta magnífica construção. Penso que a fotografia seguinte, onde se pode apreciar as linhas sóbrias e geométricas, da fachada virada para a Avenida D. Manuel I, dão uma melhor noção da elegância deste projecto arquitectónico.

Quando recebeu por email fotografias desta zona, em que se via um claro abandono de toda a zona envolvente, até lhe veio uma lágrima ao olho (o Sheik apesar de ser uma pessoa riquíssima, continua a ser uma pessoa sensível, coisa que é difícil de encontrar nos dias de hoje).

Como uma das coisas que o atraiu por estas bandas foi o clima, e como Portugal continua a ser um país acolhedor para quem nos escolhe para residir/trabalhar, o Sheik resolveu comprar todo o Edifício Encosta do Rio II, onde espera alojar as suas 47 mulheres (uma por apartamento), reservando um apartamento para só para sí (tipo refúgio), 5 apartamentos para criados e seguranças, ficando os restantes 20 apartamentos para acolher amigos ou outros visitantes de ocasião. O nome do imóvel será alterado para Edifício Al-Meirim em homenagem ao bom melão que se produz naquela região, e que é uma das frutas favoritas do Sheik.
As lojas ao nível da Rua Bartolomeu Dias ficará ocupado com uma creche (para dar apoio aos seus 17 filhos ainda bebés) e um amplo refeitório. O escritório da construtora será remodelado para ser o local onde o Sheik irá gerir o seu poço de petróleo e os seus diversos investimentos por toda a Europa.
Nas restantes lojas viradas para a Avenida D. Manuel I, serão adaptados os dois pisos superiores para salas de aula dos seus 28 filhos menores, onde aprenderão a religião, história e cultura árabe. As lojas do piso térreo serão locais de venda de artesanato feito pelas suas mulheres.
Sabemos de fontes próximas do Sheik, que este pensa abrir o mais depressa possível a passagem que vai permitir aos moradores da zona nascente deste bairro, terem novamente um acesso rápido à Avenida Belo Horizonte, depois da construtora ter encerrado à mais de 3 anos o famoso caminho de cabras, que possibilitava este acesso.

Quanto à inauguração da majestosa escadaria, (um autêntico monumento ao bom gosto) que vai ligar a Avenida D.Manuel I com a Rua Bartolomeu Dias, esta já está agendada para o próximo dia 25 de Abril. Já lá vão mais de 3 anos que esta autêntica aventura de escalada foi interdita ao público, o que muito perturbou as rotinas diárias de quem a utilizava com alguma regularidade.

Contudo, o que mais emocionará toda a Cidade de Setúbal, será certamente o reencontro da nossa amiga Camila com o saudoso Camelo Ferrari.

Camila continua a morar num modesto T0 cedido pela autarquia, depois de ter sido corrida da sua sumptuosa mansão.

Como reconhecimento da forma afável como foi recebido no bairro, apesar de vir de uma cultura completamente diferente, o Sheik vai remodelar e reequipar (finalmente) o nosso Parque Infantil que se encontra num estado deplorável, apesar de nos terem prometido desde meados de Novembro de 2007, que ele iria ser objecto de obras, co-financiadas por fundos europeus (a placa colocada no local desde essa data atesta esta afirmação).

segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

Recordar é viver: Os porcalhões

Certamente que já colocou a si próprio a seguinte questão: Porque será que os porcos gostam de lama?

Os porcos não têm glândulas produtoras de suor. Então, para equilibrar sua temperatura, precisam refrescar a pele de outra maneira.
Assim, quando encontram poças de água, molham-se para arrefecer o corpo. Contudo, muitas vezes, só encontram lama por perto e aí se lambuzam no barro para se refrescar.
Além disso, a lama ajuda a proteger a pele dos raios do Sol e protege-o de picadas de insectos.
Decorria o mês de Janeiro, do ano da graça de 2008, quando de repente ficamos rodeados de um extenso mar de lama. Se houvesse uma suinicultura nas proximidades do bairro Fonte da Lavra, certamente estaríamos habituados a conviver com extensas áreas de lama.
Para compensar a falta de porcos, fomos visitados por uma nova espécie animal - os porcalhões - que também adoram viver na lama, apresentando uma vantagem significativa em relação aos porcos verdadeiros: não libertam cheiros nauseabundos, que teriam certamente complicado ainda mais, a já difícil convivência com esta espécie animal. Para evitar que fizessem as suas necessidades ao ar livre, foi posta à sua disposição um sanitário portátil, colocado estratégicamente de forma a libertar somente um pequeno aroma nas redondezas, para que esta espécie fosse facilmente identificada, pelos que tiveram a pouca sorte de ter de conviver com eles.

Esta imagem faz parte do artigo "Aromas", publicado no já longínquo dia 08-01-2008.
Na imagem seguinte, fizemos uma composição com algumas das muitas fotografias que documenta a passagem por estas paragens de tão pouco recomendável espécie - os porcalhões.

Na altura, foram publicados vários artigos sobre o tema, dos quais destacamos os seguintes:

Mas quem julgava que esta espécie corria o risco de extinção, ficou 'agradavelmente' surpreendido com o seu regresso, alguns meses depois, a chafurdar no outro muro.
Eis algumas imagens, retiradas do artigo Badalhoquices q.b., publicado em 19-01-2009.